Comunidade de Leitura Dramática
Projecto BragaCult
Leitura pública da tragédia grega: “Ifigénia em Áulis” de Eurípides
27 de Fevereiro – 21h30
Fonte do Ídolo, Braga
Depois do Salão Nobre do Theatro Circo, a Comunidade de Leitura Dramática muda-se para um outro espaço nobre da cidade de Braga: a Fonte do Ídolo, e aí realiza um ciclo de leituras de textos dramáticos sobre a Cultura Clássica Grega.
Dinamizada no âmbito do projecto BragaCult da responsabilidade da Companhia de Teatro de Braga, e em colaboração com o Gabinete de Arqueologia da Câmara Municipal de Braga e o Theatro Circo, a oficina orientada por Rui Madeira realiza a sua primeira sessão no monumento na próxima segunda-feira (dia 27), às 21h30, com a leitura pública de “Ifigénia em Áulis”, de Eurípides. A obra retrata o sacrifício de Ifigénia, a filha de Agamémnon, de cuja imolação a armada grega, retida na praia de Áulis, depende para prosseguir viagem para a Guerra de Tróia. Perante o sacrifício exigido pela deusa Ártemis, Agamémnon convence Clitemnestra a trazer a filha no engodo dum pretenso casamento com Áquiles. Chegada com Ifigénia, a mãe, ao descobrir o engano, maldiz o marido, enquanto Ifigénia, superado o choque, se oferece por amor à pátria.
As próximas sessões estão agendadas para 26 de Março com a obra “Electra” de Sófocles; 16 de Abril: “Coéforas” de Ésquilo; 30 de Abril: “Filoctetes” de Sófocles; e 28 de Maio: “Troilus e Créssida” de Shakespeare, sempre às 21h30 e com entrada livre na Fonte do Ídolo. Situado na Rua do Raio, freguesia de S. José de S. Lázaro, em Braga, o santuário rupestre edificado no século I d.C. consiste numa fonte de água com inscrições e figuras esculpidas num afloramento natural de granito. A obra foi encomenda, como consta da inscrição situada no topo superior esquerdo, por Celicus Fronto, da gens (família) dos Ambimogidi (Ambimogodos), natural de Arcobriga, que no monumento aparece representado, do lado direito, sob a forma de busto masculino dentro de uma edícula. No frontão estão ainda representados os símbolos das divindades Tongo Nabiagus (o martelo) e Nabia (a pomba). Na base deste nicho brota a referida fonte, cuja água corre para um tanque. Do lado direito, junto à inscrição que perpetuou o encomendante, uma escultura de vulto imperfeito representa uma figura masculina togada segurando em ambas as mãos um objecto que tem sido interpretado, pela maioria dos autores, como uma cornucópia. A figura, como parece ser consensual, representa a divindade. Neste santuário foi ainda encontrada uma ara consagrada à deusa Nabia. Apesar de ser dedicado a deuses autóctones, o santuário da Fonte do Ídolo possui um marcado estilo clássico.
Recorde-se que este Ciclo de Leituras pretende criar o ambiente para a apresentação integral da trilogia “Oresteia” (Agamémnon, Coéforas e Euménides), de Ésquilo, que a CTB estreará em Junho/Julho, com encenação de Rui Madeira, no âmbito de Braga 2012 – Capital Europeia da Juventude, numa co-produção com o Teatro Municipal de Almada, o Teatro Constantino Nery de Matosinhos, o Theatro Circo e o Grupo Dragão Sete de São Paulo (Brasil).